
Real forma de ser Quando vejo uma formiga É como se ela fosse uma forma minha de ser - Mas o que foi?- Me perguntaram. Feriram a poesia E dispensaram o poeta. - E o que vais fazer? Poupar às formigas. Arrumar uma forma de sermos amigas... Quando vejo assim parecendo perdida Ela me faz procurar minha própria saída. Nunca foi na direção que me apontaram... E talvez a poesia Seja a taça de vinho já bebido Todos os nãos e portas fechadas, porque não se vende as ruas por onde ela nasce, não se sabe por quê aparece... Um dia, uma única reluzente formiga me fez pensar que o espelho estava errado... Ela era de verdade O espelho quem mentia, com sua hostil risada de rebeldia... Salva pela alva... formiga. Susana Raposo