
Hoje não poderia deixar de escrever aqui. Minha mãe acompanha este blog e sempre pergunta se já tem coisa nova. O novo de hoje foi andar ao meio fio no frio. Ver que enquanto eu subia a ladeira um menino descia pela mesma, correndo com a blusa aberta lhe abrindo mais as asas. Também tive vontade de correr. Quem sabe no futuro já tenha alcançado o que hoje o viés do tempo escoa. Fico no agora, contemplando quadros. A transparência mate Em meio fio de sol de inverno Asas de uma tal solidão azul aguda de urtiga essa dor Que sorrisos trazes pra mim? Não se esquive em me dar Foste eu qualquer silêncio Numa oração de mar... A noite opaca abraça o dia Teus olhos a única luz Como vai? Foste eu esse aconchego Do ir em paz... Susana Raposo