Hannah Senesh Hannah Senesh não saberá que li o livro sobre ela. Mas, usarei sua poesia para dizer exatamente o que falaria se pudéssemos nos encontrar:
"Agora, agora eu gostaria de dizer algo,
Algo maior que a palavra,
Mais vistoso que a cor.
Mais sonoro que a rima,
Algo nunca antes dito por outrem.
Apenas algo. - A terra ao meu redor silencia.
A floresta aguarda de olhos abertos,
Um olhar curioso me observa do céu,
Tudo cala. Assim como eu.
Biela-Voda (Eslováquia), agosto de 1938."
Sinto que desaprendemos a nos calar diante do belo. Queremos nos sobrepor, colocando nossa assinatura na obra de Deus. Tenho refletido, assim como Hannah; e há um trecho neste livro em que ela diz ser impossível dissociar Deus da vida.
(Acaba de me surgir, será que cada um de nós representa uma assinatura divina?)
A organizadora e tradutora Frida Milgrom, foi muito delicada com esta obra de tempos tão sombrios da humanidade. Foi como parar diante do belo. No orvalho iluminado dos olhos desta poeta.
É um tipo de livro que não se acaba de ler. Aquele que precisa ser visitado e exposto num lugar de honra da prateleira. Aquele que você lê e vive. O que deveria acontecer com toda escrita. Fazer o que está morto viver.
Costumo cantar no meu jardim um refrão que me ocorreu a um tempo e que diz: "-Essa plantinha esquecida no jardim, nasceu também dentro de mim..." Têm tantas coisas que vamos esquecendo. Mas, que existem e estão lá bem dentro de nós.
Susana Raposo
Linda poesia, linda reflexão! Tudo o que está dentro está fora e o que está fora, dentro. Mas como você disse, desaprendemos a nos calar. ♥️
ResponderExcluirObrigada, Susana!
Eu admiro a beleza com a qual você escreve, tem muito sentimento e conseguimos visualizar cada cena, parece que estamos dentro da história
ResponderExcluirSempre fui muito contemplativa, e não consigo entender quem não é, certíssimo só falar enjoa temos sim que calar e apreciar 🐞💝
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