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Mostrando postagens de fevereiro, 2021
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  Bella e a Cereja Corre e pousa a Bella borboleta no jardim. E stende a mão ao fruto, e sua mãe casulo  o recebe...   Inexplicavelmente os olhos se encontram. A mãe esquece o sapato apertado do tempo, que quando a nos apertar a ele lhe dizemos, "ah passa tão rápido!..." Mães casulos, são todas as mães que dão todas as cores de suas células ao filho.  E todo filho é borboleta. Cereja, não é à toa que nos lembra o melhor do bolo. A cereja é o tempo. Que pode ser o casulo e a borboleta ao mesmo tempo. Tudo é presente: Quando o tempo é um sapato apertado no escritório... Quando o tempo é aquele encontro que ao mesmo tempo é desencontro, porque um está a pé e o outro está no ônibus... E quando o tempo é mágico, permanece numa caixinha chamada lembranças... Assim como a Bella, estou colhendo cerejas para oferecer uma a uma... Penso tanto no meu casulo, que gosta de me ver voar. Muito tempo guardado mofa. E nossos frutos não podem se perder...                                      
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Dor de viagem Ela disse: - Mãe, estou com dor aqui! Olhei de sobressalto; vi que apontava o lado da barriguinha... "Será que devo fazer isso que estou pensando?" Fiz. Pedi licença às folhas das árvores que atravessavam nosso caminho, a primeira era uma folhinha pequena, mas a segunda ficou perfeita, era a folha de uma Pata- de-vaca... Mas, por mim se chamaria Coração...Maçã... Minha mãe, me ensinou que dor de viagem se cura andando com uma folha em cima do local da dor.  Eu tinha a propriedade herdada da minha mãe.  Foi lindo ver a mãozinha da minha filha segurando aquela folhinha... Ela segurava também a mim. Filhos não imaginam como seguram os pais. Susana Raposo (Imagem desenhada no bloco de notas do meu celular, pelas minhas filhas.)
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  Quando me vês não me vê. Quando me veres sorrindo e cantando; recitando algo que descobri... pode ser que esteja regando  o jardim já regado por uma lágrima. Pode ser que eu esteja me limpando de algo sujo dentro de mim... Faço um chá de erva Queira Deus que seja a certa. Quando estou chorando em profundidade Só faço sorrindo. Se dissesse o por quê, estaria mentindo. Antigamente eu escrevia só para ninguém ler, Aí resolvi revelar... Pode ser o preço, de ter muito Mar. Outro dia resolvi, esquecer um pouco daqui. pensar só nas pérolas que guardo para Ti. Aí, sonho sonhar. Sonhar que a areia vire montanha... para escalar... Seria possível um degradê no céu me calar? E as coisas vagas terem espaço...  Solidificar? Sim, espere.   Pegue uma xícara de chá.                                Susana Raposo                                     📷 autoral.
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Aos poetas e garis À porta a fora varre o poeta gari Ignorado por ser poeta  Ignorado por ser gari Varre o tempo fora dos outros... Limpando o amargo de si Mas, quem nunca viu beleza Espere um gari sorrir... Varrendo um mundo que se perturba Enquanto, em sua paz triunfa... Varre a folha Escuta a sombra Escreve o verso Abre as cortinas! Aura cintilante, Que vale por si...              Susana Raposo Foto: (Érica Bastos/FD)
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" Que traz o azul" Oferto esta flor que pintei esta manhã.  Era para dizer em palavras...  Mas nada é tão claro que um desenho. Pode ser que um dia eu olhe esta imagem e não sinta nada. Porque não é nada. Mas, está manhã em meio mil coisas, significou. Um respiro para deslizar a ponta dos dedos sobre a tela... Escolhendo as cores que eu pintaria o dia... Hoje, a Mariana me perguntou: Mãe, por quê  que a chuva "trazi"o Azul?" - Depois que entendi que ela estava lembrando da Música "Chovendo na roseira". Fiquei pensando na beleza deste verso... Que traz o azul... Momentos difíceis trazem cores também.  Que possamos atravessá-los e ver todas as cores possíveis que vão nos deixar... Um cálido abraço.          Susana Raposo
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  "Dos versos aos galopes...              Sempre sorri a esperança." Hoje refleti muito sobre um caminho. Alguns poucos e sábios já o descobriram. Despublicar-se.  Parece contraditório à minha vocação de escrita.  Ai entro num conflito que só aprumo com poesia.  Meu avô materno deve ter passado por isso. Pois, pegou seu cavalo e foi procurar esse tal caminho. Quando voltou, tudo estava ali num claro abraço. Tanto conhecimento e tanto saber extraviado.  A uns dias minha mãe, contou-me que ele escrevia com uma pena de galinha. Não existia caneta e era ele quem fazia as próprias tintas, umas de cores tão bonitas... Ah, como eu queria ter uma destas cores aqui agora. Podia ser a que o senhor menos usava, aquela que não combinava com o papel ou coisa assim. Quando eu puder vou providenciar um tinteiro de cristal, soube que o senhor chegou a ter um e que guardava com zelo.  Estou me cansando das telas luminosas e das teclas... Estou me cansando de publicar-me. Sabe vô, o mundo digi
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  Poema "Se sofro de ansiedade?! Sofro. Não posso ver uma senhora com seus cabelos brancos, que penso: "Que privilégio!" Na verdade de uns tempos para cá, me pergunto se vou conseguir envelhecer. Sei que existe vida, mas também morte dentro de mim.  Tenho aprendido a respirar e alimentar mais a vida.  Olhando seus horizontes... curtindo cada fio branco que aparece devagar... Seria estranho se aparecessem todos de uma vez! Estou no lugar que sempre quis. Na minha vida. Eu me tenho.  E o silêncio é minha pedra preciosa de ambição. Aquele silêncio multicor,  Ora brincado...Ora cantado... Onde respiro e aceito o tempo e sua medida... Medito sobre a morte. Como será que ela vai me encontrar? E por não saber, valorizo cada instante..."                                         Susana Raposo    
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Alerta Hoje sei que elas queriam me dizer alguma coisa que eu não entendia. Conto agora por, enfim ter entendido uma linguagem mais ecológica. - Nossa, uma abelha aqui em casa! Pronto.  E os dias foram seguindo assim. Sempre no mesmo horário do almoço. - Nossa, uma abelha, a segunda hoje! Pronto. Estou ficando boa nisso... Mas, um dia essa jovem senhora achou uma abelha na cama, quando trocava uma de suas bebês e outra na sala, e outra...e outra... - Alô, portaria? Está tendo abelhas por ai também? - Não, por aqui nenhuma. Você não matou nenhuma abelha aí não, né? E o porteiro, lhe contou o que acontecera com ele. A jovem senhora largou o telefone, pois uma outra abelha, provavelmente a maior delas, estava sobrevoando ao seu lado. Gritou. Correu, trancou a porta da cozinha, fechou as janelas. pegou suas bebes e se trancou num cômodo. Sua mãe ligou. Explicou com pavor e...  Bem, a mãe veio as pressas. Demorou uma semana para a jovem senhora voltar a abrir as janelas. Demorará a vida tod