Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2021
Imagem
Por elas Por elas eu queria reunir tudo de mim. Hoje quando evoquei do meu íntimo algum poema, estava eu junto os vasos do jardim, mirei uma mini rosa e me veio estes versos:                       " Vou reunir O que já se une Volta e meia O céu e o oceano A clareza escura do Adeus O fecho de abrir... Tudo com nada. A fé. A largada. Sim, vou me unir aos meus..." ***    Na maioria das vezes que nasce um poema, por mais simplório que seja eu fico a meditar sobre ele. Não apenas para descobrir coisas que não se revelam de início, mas para estar envolvida com a magia da existência. E para elas, minhas filhas, queria reunir toda minha escrita. Os versos que fazia para brincar, quando eu era criança. O diário de 1997. A redação do ensino médio, que fez a sala silenciar e aplaudir no final. Lembro que, a professora Cybel, me parou na escada para me aconselhar a seguir este caminho. Outra atividade que lembro, foi aquelas habituais redações, após assistir um filme. Lembro na ocasião q
Imagem
  Hannah Senesh     Hannah Senesh não saberá que li o livro sobre ela. Mas, usarei sua poesia para dizer exatamente o que falaria se pudéssemos nos encontrar:  "Agora, agora eu gostaria de dizer algo, Algo maior que a palavra, Mais vistoso que a cor. Mais sonoro que a rima, Algo nunca antes dito por outrem. Apenas algo. - A terra ao meu redor silencia. A floresta aguarda de olhos abertos, Um olhar curioso me observa do céu, Tudo cala. Assim como eu. Biela-Voda (Eslováquia), agosto de 1938." Sinto que desaprendemos a nos calar diante do belo. Queremos nos sobrepor, colocando nossa assinatura na obra de Deus. Tenho refletido, assim como Hannah; e há um trecho neste livro em que ela diz ser impossível dissociar Deus da vida.  (Acaba de me surgir, será que cada um de nós representa uma assinatura divina?) A organizadora e tradutora Frida Milgrom, foi muito delicada com esta obra de tempos tão sombrios da humanidade. F oi como parar diante do belo. No orvalho iluminado dos olhos d
Imagem
    "Das folhas, as pedras, os trilhos,              Das partes, o todo, o caminho..."   Hoje não estou feliz. Algo que não diz o que é está mudando. Não sou mais aquela criança de 22; e a vida vai deixando sabores indecifráveis e inconstantes. Tenho muitas belezas para contemplar e isso é o bastante para me fortalecer. A velha casa que ficou para trás, dentro dos jardins da memória me fizeram ver coisas muito especiais agora. Sim, estou triste. Mas é passageiro.  Deve ter sido aquele bonde que não quis parar, porque o caminho era de terceiros; mas só! Toda mudança é impactante. E nada como um caminho feito a pé e nos próprios pensamentos...                                                                                                       Susana  Raposo                                                            ( Imagem de Arquivo pessoal. Tia Francisca )
Imagem
  Pés Ando cuidando mais dos meus pés... Eles dizem tantas coisas, por que desprezar quem já andou por tantos lugares obscuros?  Pés possuem alma e memória. Experimentem um dia inteiro andar num sapatinho de cristal; Ou no lamaçal?!   Deixar peixinhos coloridos mordê-los... Sim. Ando cuidando dos meus pés. Faço banho de louro, manjericão... Vou qualquer hora por pedrinhas na bacia... Sim, para sentir cosquinhas. A estrada do nosso interior trazem muitos segredos, quero sentir meus próprios pés andando por dentro de mim... Devo estar bem presente na minha vida. E levar isto a sério. Meus pés! Meus mistérios.                  Susana Raposo