Sempre tive medo de chaves. 

E jaz aqui uma chave que nem abriu nem fechou. Dei também a ela as flores que não morrem e a mim, genuína oportunidade de me respeitar do último até o primeiro degrau, onde estou. 

Bem que a vida poderia de verdade começar depois dos quarenta anos, a gente vai se enganando tão bem pela paz e civilidade.

Nunca vi a medicina tão perdida e tão rica.

Queria mergulhar no meio do oceano agora, ou dentro de uma rocha, pisar os pés num capim verdim...

Ser mais uma vez aquela menina no banco de viajem. Ver Miguel, arcanjo.

E fora de qualquer falsa realidade com a mesma honestidade de quem me pergunta se está tudo bem, dizer para cada um o contrário do que ele pretendia ouvir.

Tem pessoas que podemos dizer sim.

Outras precisamos dizer não.

Vou ficar por aqui com ecos... canção.


Susana Raposo


 

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