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Mostrando postagens de junho, 2024
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Sempre tive medo de chaves.  E jaz aqui uma chave que nem abriu nem fechou. Dei também a ela as flores que não morrem e a mim, genuína oportunidade de me respeitar do último até o primeiro degrau, onde estou.  Bem que a vida poderia de verdade começar depois dos quarenta anos, a gente vai se enganando tão bem pela paz e civilidade. Nunca vi a medicina tão perdida e tão rica. Queria mergulhar no meio do oceano agora, ou dentro de uma rocha, pisar os pés num capim verdim... Ser mais uma vez aquela menina no banco de viajem. Ver Miguel, arcanjo. E fora de qualquer falsa realidade com a mesma honestidade de quem me pergunta se está tudo bem, dizer para cada um o contrário do que ele pretendia ouvir. Tem pessoas que podemos dizer sim. Outras precisamos dizer não. Vou ficar por aqui com ecos... canção. Susana Raposo  
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De onde vem este sentimento para que eu possa devolver? As flores serem caras ou baratas não é culpa das flores. Outro dia que não outro, comprei castanhas. Elas no jarro onde eram guardadas estavam no final,  eram tantos farelos e poucas inteiras.  O preço era integral. Real sem nenhum desconto. Castanha é coisa cara. Comprei e sai andando. Comia amargando a coisa cara chamada pensamento. Até que este lamento me questiona: - " Mas você?! Você sabe fazer uma castanha? Então, com aquela Jóia preciosa no punhado dos dedos comi. Comi o feliz resgate da sã consciência. Deixo aqui registrado. Nenhum trabalho na face da terra é livre de desmerecimento.  Minha filha de sete anos, numa ampla concordancia com o próprio nome, me chama à luz... Eu chorava por coisas que não tem remédio... Vida, morte. A velha e o cobre... - Mãe, o mundo não é perfeito! Contemplando a face delicada daquele momento, disse por dentro. "Eu queria apenas ser o que posso ser, porque é o que faço de melhor...